quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ATÉ QUE ENFIM, SÁ PINTO MOSTRA SERVIÇO!...

Sá Pinto acostumou-nos a ser um homem de fortes convicções, um homem vertical e completo, que não deixa ficar as coisas pela metade ou em águas de bacalhau.
Sá Pinto é homem incapaz de levar desaforo para casa. Formado na rua com os outros catraios e no pontapé na bola de trapos enrolados na meia, adestrou-se na arte do futebol, aí adquirindo alguma notoriedade.
Mas o jogo da rua, a disputa entre catraios, não tem árbitro das contendas do chuto na bola de trapos. E Sá Pinto deve ter começado aí a demonstrar algum saberete na arte de resolver as eventuais contendas entre a “legalidade” ou “ilegalidade” das rasteiras e dos foras de jogo, dos golos que entram ou passam ao lado – as balizas eram duas pedras, não se esqueçam – dos lançamentos, dos livres, dos penaltis.

Por vocação natural adestrada nessas contendas, a verdade é que, ao mesmo tempo que ia ganhando alguma notoriedade no reino do futebol a sério, ia também praticando e demonstrando a arte do fino pugilato que lhe está nas veias, lhe sobe à cabeça e se exercita nos seus punhos.
Entre outros episódios de renome, todos se recordam do mais notório. Não seleccionado para a equipa de “todos nós”, uma afronta tanto ao seu repertório futebolístico como às suas artes marciais de pugilista, não demora a colocar tudo nos conformes.
Sorrateiro e altivo, descontraído e perseverante, invade campo de treinos, endireita rumo ao afrontoso e, quando este dá de si, encontra-se estendido no chão a apalpar a queixada do gancho certeiro. Também, quem lhe mandou baixar a guarda?!...

Há poucos meses, para tentar remediar o descalabro lagarto tornado mais ingente pela despedida fúnebre do treinador “forever” e seu director desportivo, o insigne presidente saltador e dançarino contrata Sá pinto para esse lugar de director desportivo deixado vago.
Já aí era o reconhecimento de que Sá Pinto já não conseguia manter uma boa prática do pontapé na bola. Por isso, restava-lhe apenas a arte do pugilato.

Estava, pois, a tornar-se premente a necessidade de avaliar se as suas artes de exímio pugilista se mantinham intactas e se, finalmente, começava a justificar não apenas a massa que sacava dos surrados e miserentos bolsos do clube lagarto mas ainda o “olho de lince” demonstrado pelo presidente do seu clube com a sua contratação para tratar da saúde daquele balneário de samba e “mininada”, treinador “forever” incluído.

Finalmente, Sá Pinto apresentou serviço! Justificou o dinheiro ganho e esmerou-se na demonstração do pugilismo imanente e congenial.
Sá Pinto foi contratado para dirigir o balneário. Ora, um balneário não é um aviário, por muita familiaridade que as duas palavras contenham!
Sá Pinto não podia, por conseguinte, admitir que o seu balneário continuasse a ser uma capoeira! E muito menos continuar a permitir os desejos de adopção de frangos!
Daí que tenha de demonstrar serviço. E prestar os seus serviços da forma adequada que é aquela que sabe, lhe está nas entranhas e com a qual demonstra todos os seus predicados.

Já li hoje uma crónica em que o cronista tenta crucificar Bettencourt pela esbelta, serena e profícua demonstração dos dotes do seu director desportivo. Escreve o cronista que o pugilato de Sá Pinto não surpreende ninguém, tentando com isso penalizar a escolha daquele presidente saltitão.

Com o devido respeito, fico na dúvida se não é este cronista que surpreende pelo seu ignorantismo!
Demonstra desconhecer inteiramente a situação cataclítica do Sporting pré Sá Pinto director desportivo.
Demonstra desconhecer as insistentes promessas de Bettencourt de que a coisa ia melhorar e cada vez se afundava mais!
Demonstra desconhecer os pungentes apelos de Bettencourt para que a situação, a tornar-se aflitiva pela dúvida na manutenção do Sporting na Liga Sagres, se alterasse.
Foram os saltos apatetados de Bettencourt e as cantilenas do “quem não salta é lampião!
Foram os trajes saloios numa festarola no Algarve e a demonstração dos pífios dotes folclóricos do mesmo presidente.
Foram as suas constantes e patéticas juras do “forever” relativamente ao seu treinador!
Foram as parolas prédicas de que a culpa do estado moribundo do Sporting eram a euforia Benfiquista, as vitórias da equipa da Águia Gloriosa, o seu fundo de jogadores, enfim, tudo o que dissesse respeito ao Benfica!
Foram as exéquias fúnebres do enterramento do seu treinador “forever”!
Foi, finalmente, a sua indiferença, quiçá demonstrativa do seu estado de gozação, pelo funeral do seu director desportivo, que não era “forever” e que, por isso, acompanhou a despedida do treinador “forever” mas sem direito a exéquias e elogio fúnebre.

Perante todos estes factos, o que pretendia o cronista que Bettencourt fizesse?
A equipa do Sporting, tal como o Sporting clube, continuavam de mal a pior e não parecia haver nada que pudesse inflectir o rumo da desgraça.
Perante estes factos, Bettencourt pensou, e bem na minha modesta opinião, que, se a coisa não vai a bem, vai a mal!
Não tinha ele dado já o exemplo quando, no hotel da conferência, cresceu para o adepto mal comportado e quis resolver logo ali a coisa ao murro?

Bettencourt bem sabia que, com Sá Pinto, a coisa ou vai, ou racha!...
E se não ia depois de tantas promessas, rezas, novenas, queixumes, danças e trajes burlescos, promessas e ameaças de murro, então, só mesmo à pancada é que aquele balneário se podia regenerar!
Era preciso, definitivamente, passar à acção!

E quem estava melhor colocado para tocar a música de Bettencourt?
Ricardo Sá Pinto, insigne pugilista!

Mas este mundo é realmente mal agradecido. Sá Pinto, logo no dia em que demonstra os seus dotes, apresenta dignamente trabalho em prol do clube que o contratou e justifica o seu salário, é despedido!
Sá Pinto revela-se, além do mais, um insigne colaborante, um fiel segurança e um emérito imitador dos dotes do presidente que o contratou! Ou teria sido o contrário, que em coisas de imitação nunca se sabe quem imita quem!
E a paga é o olho da rua!...

Sá Pinto verificou in loco que já não existe gratidão naquele clube! Além disso, teve azar! Foi-se meter logo com o dono do balneário! Neste aspecto, Sá Pinto demonstrou profunda incompetência!
Esqueceu-se da disputa em tempos idos, nos tempos em que ainda dava pontapé na bola, com aquele rei e senhor do balneário lagarto.
Desconhece que este rei e senhor regressa de férias quando lhe apetece!
Desconhece que é ele o verdadeiro treinador do Sporting, que ele disse perante todos os microfones e câmaras de tv que, para jogar só lá na frente, era melhor deixar de jogar!
E o presuntivo treinador deu-lhe razão! A partir daí, nunca mais houve ponta de lança só, lá na frente!
Porém, coincidência das coincidências, este dono do balneário deixa de jogar logo quando o treinador se mostrou disponível para lhe dar companhia e lhe satisfazer as vontades.

É verdade que Sá Pinto teve azar! No dia em que apresenta os seus créditos, vê a porta da rua como serventia de serviço!
Não é menos verdade, todavia, de que Sá Pinto patenteou uma enorme incompetência, pois nem soube com quem se meteu! Não percebeu que o “levezinho” não era capaz de manter a luta no ringue, que o pugilato do dono do balneário se desenrola noutras arenas!...
E, sendo assim!...

3 comentários:

  1. Eh eh eh, essa do futebol nas ruas está fabulosa, assim como a arte do pugilato, fantástico.
    Caro Gil, aquilo foi um combate desonesto entre um peso médio e um peso pluma.
    A verdade num entanto é que com tanto treino desde os tempos do Rei Artur, Sá Balboa, numa espécie de Rocky XXV, pode já dar-se ao luxo de ter um combate com Mike Tyson e sinceramente eu apostava tudo no Sá Balboa.

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  2. Faço votos para que, enquanto este clube de elite, for gerido por gente do calibre do presidente da SAD e da mesa da assembleia e certos membros do conselho leonino que a batatada só páre quando houver um só vencedor. Desta forma nós Benfiquistas teremos algumas tréguas no que diz respeito a sermos o alvo preferido quando destilam ódio. O fenómeno do clube dos não comuns dos mortais é fácil de explicar - trata-se do efeito cascada - quando a m.... jorra do topo acontece isto.

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  3. Aquilo lá pelo CEPORTEM é um circo romano.

    O SÁ PINTAS continua com o seu afamado poder de gancho.

    Se o vir,pelo sim pelo não, mudo de passeio.

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