terça-feira, 1 de junho de 2010

O “record” do risível e do ridículo

Andam os Portugueses muito tristonhos com as desgraças da vida e os cintos que cada vez mais lhes cingem as cinturas já de si tão necessitadas de flexibilidade para fazerem face às necessidades tremendas de uma vida de aperto a que tanto os obrigam.
Talvez não só os Portugueses, mas com as desgraças alheias pode-se bem. O problema maior é que, neste mundo global, as desgraças alheias terminam muitas vezes à nossa porta e aí “comemos” pela medida grossa as suas ressacas.
Mas, para tudo na vida há um escape. Um escape, se não para nos satisfazer o físico, ao menos para nos distrair a mente e nos fazer esquecer as agruras da vida.
Em Portugal, esse escape chama-se futebol e tem alguns protagonistas bem conhecidos que nos proporcionam os momentos hilariantes do esquecimento salutar.


Falemos, por agora, de um jornal que se chama “record” e cujo nome talvez não tenha sido escolhido ao acaso porque lhe assenta como uma luva quanto a certas e muito costumadas afinidades que faz gala em apresentar amiúde, tornando-se o “recordista” das mesmas, na consagração de uma nominalidade ridícula que bem lhe fica e que fazem questão de beatificar.
Apresentemos apenas uns seus pitorescos nacos de prosa vindos mesmo a propósito do seu “recordismo” de balelas incongruentes que julga presunçosamente como notícias. Servem somente para comprovar – e não seriam necessários – a conclusão de o Sport Lisboa e Benfica no seu desmentido bem recente:

« …os leitores do Record ficam a saber que só são enganados se quiserem ... »

No mesmo dia e no mesmo dito jornal, um seu opinador escrevia assim:

« … Luís Filipe Vieira sempre esteve a par da decisão de Jorge Jesus em não contar com Quim e a decisão de Jorge Jesus nunca foi comunicada nas costas do Presidente. Vieira esteve sempre a par de tudo … »

Já outro opinador que se apresenta muito solene e é capaz em um dia de exprimir um sentimento por Mourinho treinador e logo ao outro dia exprimir o seu contrário, escrevia sob o pomposo título, “Quim…fusão”:

« … Quando Luís Filipe Vieira chegou a Lisboa tratou logo de dizer que “as coisas não eram bem assim” como Jorge Jesus (hipoteticamente) as apresentara …»

E logo encontra no seu bornal de pesporrência “um pequeno conflito” entre Vieira e Jorge Jesus.
E acrescenta:

« … alguma coisa fugiu ao controle de Luís Filipe Vieira na gestão de um dossier que para Jorge Jesus estava fechado e para Luís Filipe Vieira não … »

E continuando o nosso opinador feito bruxo, com o seu oráculo de meia tigela:

« … Vieira não quer que ninguém se equivoque: no Benfica manda ele … »!


Isto passa-se no mesmo jornal e neste bem escarrapachado no mesmo dia. Só falta saber se o “magicanço” burlesco de um teria ou não sido simultâneo com a seriedade e a serenidade do rigor informativo – as excepções só confirmam as regras – de outro.
Passemos a outro exemplo.


Num certo dia bem recente (31 MAI 2010), escreve o dito jornal:

« … Real Madrid já consumou a transferência de Di Maria … »

No dia seguinte, hoje mesmo, escreve:

« … Real Madrid tenta baixar dos 40 milhões … »

E acrescenta:

« … clube espanhol não quer pagar cláusula de rescisão … »


Tendo em conta que tanto o Presidente, Luís Filipe Vieira, como o Administrador da SAD para o futebol, Rui Costa, sempre afirmaram e reafirmaram – este último, ainda ontem – que não vendiam abaixo da cláusula de rescisão, parece que nem os deuses, por mais adivinhos e omniscientes que sejam, conseguem perceber como é que num dia a transferência de Di Maria está “consumada”, quando no dia seguinte se escreve estar-se a discutir o preço da dita.


Fica-se sem saber se o travesseiro e a noite de sono foram ou não bons conselheiros. Mas também não parece que este jornal se dê ao luxo de se preocupar muito com os bons conselhos.
Ou, visto de outro ângulo.
Que importa mais ao “record”?
Saber que os seus leitores só são enganados se quiserem ou fazer jus ao seu nome de “record” … de mentiras?


Serão os leitores, em especial os Benfiquistas – a quem o comunicado do Sport Lisboa e Benfica mais se destinava – os que têm a última palavra!
Que, quanto a eles, nem parece muito difícil de adivinhar!...

2 comentários:

  1. Ja ando com esse jornal pelos cabelos a muito,metem-me um nojo que nem lhe conto.Dantes ainda la deixava ums comentarios mas assim que me apercebi das contradicoes e do antibenfiquismo primario (ou nao pertencessem eles ao grupo cofina)ja la vao quase dois anos que nunca mais la escrevi uma linha. Salta a olhos vistos uma campanha que visa destabilizar o Glorioso.
    Abraco
    SLB4EVER Rumo****

    ResponderEliminar
  2. É verdade, amigo Gil. Também tenho atacado esses artistas!
    Grande abraço.

    ResponderEliminar