sexta-feira, 23 de dezembro de 2011





CORAÇÃO ENCARNADO deseja a todos os Benfiquistas, e suas Famílias, sem esquecer os que já tiveram a amabilidade de me desejares iguais votos,

FELIZ NATAL

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A falta de governos e os governos que bem se governam

Li há pouco um artigo de opinião que, no momento de crise e de aperto por que todos passamos, nos deixa a pensar fortemente nas virtudes do que a norma convencional dos povos e dos países apregoa como a boa gestão dos maiorais que, em todos os domínios do poder, regem as nossas vidas, especial ênfase na interferência com os nossos bolsos e cujo objectivo único e cego é tornar-nos cada vez mais pobres de possibilidades de bem-estar.
Quem por eles, por estes povos, fala, age indecorosamente, se intitulando de seus governantes, seja os ditos eleitos no seu gerir concreto, seja a quantidade dos tecnocratas e outros políticos nos ensinamentos de teoria pura que está prenha de virtudes mas vazia de concretizações práticas condizentes que só não nos fazem perder a fé nas desgraças que nos esperam.

Pergunta o referido articulista:

«Como podem os mercados deixar a Bélgica em paz, quando este país tinha um défice considerável, uma dívida pública superior à portuguesa e … sem governo?!»
«Mesmo depois de abocanharem a Irlanda, Portugal, deixarem a Itália em apuros, ameaçarem a Espanha e até a própria França?!»

A resposta começa na citação de uma explicação para o fenómeno, dada por um “expert” numa revista da especialidade:

«A economia Belga é das que mais cresceu nos últimos tempos, sete vezes mais do que a da Alemanha – imagine-se! – apesar de estar há 16 meses sem governo»!

E o articulista acentua melhor o significado da falta de governo.

«Não é o facto de a Bélgica ter estado sem governo»!
«É graças a ter estado sem governo»!
«Estar sem governo, nos tempos que correm, é estar sem austeridade»!
«Sem o choque contraccionista que tem atacado as “economias da austeridade”, a economia belga cresce saudavelmente para ajudar a diminuir o défice e a pagar a sua dívida»!

Continuando:

A economia Belga provou duas coisas:

«Em primeiro lugar, que é possível viver sem governo!
Em segundo lugar, que é melhor viver sem ele!»

Olhando para o exemplo concreto da Bélgica, concluiu o articulista:

«Se nenhuma ideia boa sai dos nossos governantes, as pessoas devem começar a perguntar-se para que servem eles»!



O “papa” condenado por tentar corromper a verdade desportiva desde há cerca de 3 décadas gere o mais “exemplarmente” do que há memória em termos de gestão, o clube igualmente condenado pela corrupção do seu aludido “papa” presidente e sua cúria de acólitos.
É disto que todo o dia e a toda hora se vangloriam os jornalistas vassalos, mesmo alguns daqueles que, rebeldes se parecendo em certo momento, foram amansados com umas festinhas no pêlo e se tornaram cordeirinhos domesticados, dando depois o melhor exemplo de prática da vassalagem a quem tivesse ideias de ser mais ousado.
Os súbditos vassalos exaltam e exultam com tamanha magnificência de gestão, obreiros se esforçando por destacar nas suas parangonas os contrastes com outras gestões, ou mais propriamente com a que os consome de inveja e os compele ao seu complexo de inferioridade congénita e endémica.

Uma vez que a lição do articulista da gestão pública nos leva à conclusão de que mais vale não ter gestores – públicos, no caso que apresenta – também parece ser legítimo pensar por que é a gestão do “governo papal” no clube condenado tão exaltada pelos avençados, ele, clube, que tem inclusive um gestor corrupto condenado por tentativa a governá-lo!
Ponhamos os factos a suportar a teoria das ideias.

O clube condenado pela corrupção tentada do seu presidente tem ganho, ao longo destes anos, rios de dinheiro na participação na Liga dos Campeões e na venda dos seus jogadores.
Deram-lhe um centro de estágio moderno sem necessário ser desembolsar um tostão.
À custa de artimanhas com antigos presidentes de Câmaras Municipais, conseguiu praticamente que a construção de um estádio de futebol novo fosse um negócio em que ganhasse dinheiro, quando a norma de vida testada ao longo de milhões de anos ensina que sempre teria de se gastar para o ter!

É certo que essas artimanhas foram ingloriamente denunciadas pelas inspecções do Fisco porque a justiça portuguesa o tem sistematicamente considerado inimputável, mesmo sem recurso a atestado psiquiátrico ou junta médica da especialidade.
Mas a verdade também é que, se alguma despesa se tornou necessária, como argumentam só para tentar enganar pacóvios, o respectivo passivo nem sequer se encontra reflectido na SAD de futebol, encontrando-se numa sociedade que não necessita de publicar contas, a “Euroantas”.



A história do clube condenado por corrupção desportiva tentada pelo seu presidente não abona, de facto, a tese anarquista que serve de prefácio a este escrito. Este clube necessitou e bem do “governo” do seu “papa”.

Esse “governo” tornou-se necessário para amansar os discordantes e colocá-los de cócoras em loas publicitárias.
Esse “governo” tornou-se imprescindível para catequisar os árbitros, fiscais de linha, senhores da justiça, incluindo a desportiva, através dos bem conhecidos meios que as escutas telefónicas difundiram no youtube sem pagamento de direitos de autor, que só são “desconhecidos” pela tal dita justiça nacional! Mas isso é um efeito directo e necessário precisamente da presença e não da falta de um “governo”.
Esse “governo” tornou-se necessário para amansar vastos clubes, os presidentes destes, seja pela colocação de treinadores da cor para alinhar no frete, seja pela colocação de excedentários. Verdade que todos estes excedentes, treinadores e jogadores, são sustentados pelo clube “governado” pelo “papa” mas os seis pontos multiplicados pelo número de amansados dão de borla a garantia de mais de meio campeonato. É este um dos supermercados de que fala Sir Alex Ferguson.
Com esse e por causa desse “governo”, vêm os milhões da Liga dos Campeões e das vendas de jogadores, tantos e tão “bons” que, uma vez nos novos domínios, ficam sem cabelo e passam a vida no estaleiro, com mazelas e mais mazelas, tudo por causa de lesões efeito de anteriores tratamentos “adequados”.
Esse “governo” implantou a norma do “obedece quem tem juízo”, a qual é comprovada no final de cada prova nacional pelo consequente rebaixamento de quem mija fora do penico, rebaixamento que é a sanção natural prevista na dita norma cuja parte inicial sufraga o preceito “manda quem pode”!



Mesmo tudo visto e revisto, haverá alguns, todavia, que poderão ser ainda tentados a contrariar esta tese e, apesar de tudo, aderir à tese anarquista que serviu de prefácio. Argumentam concretamente – e sem necessidade de mistificar os dados reais da história que essa tarefa pertence ao discípulo do “papa” que de história está sempre baralhado – com o facto de tantos milhões e milhões não conseguirem evitar – o que lhes parece um mistério, pese muito do seu ateísmo – que o passivo da SAD de futebol tenha subido nos 3 primeiros meses da época presente 30 milhões de euros e de há um ano para cá a bonita soma de 70 milhões de euros!
E, acrescentam os cépticos deste “governo papal”, tudo isto apesar da venda de Falcão por 40 milhões e de o passivo do estádio novo não constar de contas divulgadas porque englobado na sociedade “Euroantas”, como dizem.

Ah! Mas os povos, a maioria deles, deve saber muito bem que um governo não tem só como função, nem como principal função, como temos visto e sentido, e vamos vendo e sentindo, governar mas muito em especial … governar-se!
E, então, mesmo não fugindo do reino “papal”, podemos comprovar várias componentes da suposta dicotomia.

O “governo papal” tem-se governado (directamente) com mais de 3 milhões por ano … e estamos a falar, naturalmente, apenas do que vem escrito nas contas.
A compra dos jogadores que os avençados comemoram como mais uma vitória sobre o inimigo – eles costumam falar em “derrota” deste porque a palavra derrota enche mais os ouvidos – custa aos cofres do clube condenado mais de 9 milhões de euros por ano em comissões!
Nove milhões de comissões por menos de meia dúzia de jogadores! Agora, juntem as outras meias dúzias todas que por lá vão saltitando!...
Os jogadores “desviados” consomem ordenados dos mais altos pagos em Portugal – é também parcela do pagamento do “desvio” – e muitos deles ficam na prateleira, são emprestados aos satélites ou andam às turras com os treinadores, com razão porque a caloteirice também já lhes bateu à porta.
Finalmente, talvez não se devam iludir com os tão propalados 40 milhões! O jogador queria sair. Mas foi prolongar o contrato por mais épocas … e continuou a dizer que queria sair! Isto tem os seus custos! 3,7 milhões de comissões, 2 milhões não se sabe para quê e para quem, e mais quase 2 milhões pela parte do passe que não pertencia ao clube condenado!
Ao todo, quase 8 milhões!
E quanto mamou o rapaz, já de si com o nome esperto de falcão, por ter prolongado um contrato que desejava já ontem ter terminado?!

Também é bom não se esquecer, a propósito, que um jogador dito “desviado” foi festejado pelos servos escrevinhadores da “governação papal” como tendo custado aos cofres do clube condenado a “irrisória” quantia de 13 milhões!
Mas as contas estavam erradas, erro natural já de todos conhecido, porque o desembolso, se o houve, foi afinal de 18 milhões! E diz-se, “se o houve” (o reembolso), porque há muito boa gente de outros clubes a “cheirarem” apenas o calote que lhes foi enfiado!
Foi só uma derrapagem de quase 40% e se a isto juntarmos o facto de o tal jogador estar a ajudar o clube vendedor a tentar conquistar o campeonato do mundo de clubes e ter desajudado o clube comprador a saltar da Liga dos Campeões, as contas são bem capazes de derraparem um pouco mais!

E estamos a falar só do futebol. Mas já podemos verificar que alguns jogadores das modalidades até são ainda capazes de marcar um golito a favor do seu clube condenado, mas isso já não é tarefa que derive da camisola que têm vestida!
E do ordenado que (não) recebem, muito menos!
É que o seu esforço marcador já só serve apenas para anunciarem ao mundo que têm fome e que precisam de comer!
Ordenado, ordenado, precisa-se! Ou melhor, pagamento do ordenado para poderem matar a fome!

Alguns, muito poucos, jornalistas, conseguiram decifrar e imortalizar nos seus escritos a verdade destes gestos.
Ordenados em atraso, admiraram-se!
Porém, afinal de contas, o que significa ser caloteiro?!



No fim de toda esta polémica, ter governo, não ter governo, qual a melhor solução, fica de facto a pergunta:
Melhor ou pior ter um governo?

“O governo papal”, enquanto for ganhando alguma coisa, vai sendo tolerado e vai-se governando! Mesmo já depois de ter sido chamado caloteiro porque já está provado que é caloteiro!
Com a caloteirice, pode não ir sobrecarregando a tesouraria – aliviando, não digo, porque aliviada já ela parece estar pelos calotes – mas não se livra de ir aumentando a sua “dívida soberana”!
A grande chatice é que já todos nós, portugueses, temos feito de FMI, de BCE e de (de)União Europeia! Pagámos grande parte do estádio, bem como o “Olival”, com os nossos impostos e agora os nossos subsídios, para que estes caloteiros deles usufruam de graça e possam ir aumentando alegremente a sua “dívida soberana”!
E não vemos crescimento nenhum que possa pagar os nossos desembolsos!



O Povo, o Povo português que não pertence nem se avassala ao “governo papal”, esse está certamente com a tese de que, governos que só sabem governar-se, é melhor copiar o exemplo da Bélgica!
Com uma excepção.
Há alguns belgas, clubes de futebol, que viram as suas economias decrescerem mesmo sem austeridade!
Mas se eles estavam tão bem sem governo, por que se foram meter com o “governo papal” que é a mais cristalina prova de um “governo” que bem se governa?!